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sábado, 29 de julho de 2023

Como você quer viver os últimos anos de sua vida?



Essa é uma pergunta que todos nós deveríamos nos fazer, não apenas quando estamos perto do fim, mas em qualquer momento de nossa existência. Afinal, a vida é um presente precioso e efêmero, que pode se esvair a qualquer instante. Por isso, é importante vivermos com consciência, propósito e gratidão, buscando sempre o bem-estar e a felicidade de nós mesmos e dos outros.

O mestre budista Thich Nhat Hanh nos brinda com uma breve história em seu livro “Silêncio: O poder da quietude num mundo barulhento”: “Eu tenho um amigo músico que emigrou à Califórnia ainda jovem e, depois, ao envelhecer, voltou ao Vietnã. Muita gente lhe perguntava pelo motivo do seu retorno. “Na Califórnia você pode comer o que quiser, fazer o que quiser, e os hospitais são excelentes”, diziam todos. “Lá, você pode comprar o instrumento que quiser, ter de tudo. Por que você voltou ao Vietnã?” E ele dizia que, na Califórnia, estava rodeado de expatriados repletos de raiva e ódio, e, sempre que visitava essas pessoas, terminava envenenado por seus ressentimentos. Ele não queria absorver tanta raiva e amargor nos preciosos anos que lhe restavam de vida. Portanto, buscou um lugar onde poderia viver cercado de uma comunidade mais feliz e afetuosa.”

Essa história nos mostra que a qualidade de vida não depende apenas de fatores materiais ou externos, mas também de fatores emocionais e relacionais. O ambiente em que vivemos, as pessoas com quem convivemos, os sentimentos que nutrimos, tudo isso influencia o nosso estado de espírito e a nossa saúde. Por isso, é fundamental escolhermos bem o que queremos para nós, o que nos faz bem, o que nos traz paz e alegria.

Nem sempre as pessoas tem autonomia pra decidir com quem querem passar os últimos dias. Muita gente enfrenta graves problemas familiares e não tem a independência necessária pra decidir por si. Mas, enquanto houver vida ainda podemos decidir o que faremos de nós mesmos, que tipo de pessoas seremos. E ninguém precisa esperar a derradeira jornada para promover as mudanças de que precisa.

Podemos começar hoje mesmo a cultivar hábitos saudáveis, a praticar a bondade, a perdoar as ofensas, a expressar o nosso amor, a valorizar as pequenas coisas, a apreciar a beleza da natureza, a aprender algo novo, a realizar um sonho antigo, a contribuir para um mundo melhor. Podemos fazer tudo isso sem nos preocuparmos com o tempo que nos resta, mas com o tempo que nos é dado.

E você? Como você quer viver os últimos anos de sua vida?

quinta-feira, 27 de julho de 2023

Para conquistar a paz.

 

A paz não é fruto do ambiente em que estamos.
Não é fruto das relações de trabalho, por melhores que sejam.
A paz não vem da estabilidade financeira.
Não é valor pra se contar.
A paz não é fruto da guerra
Não é resultado da sua vingança pessoal
Paz é fruto do silêncio, da calma, da vida sem culpa e sem autoacusação, sem julgamentos e sem rancores.
Paz é filha do amor..
É se ver sozinho e estar em boa companhia.
É ter atos de bondade, porque faz bem e não pra ser elogiado.
É renunciar a uma vingança quando se tem poder para se vingar.
Paz é dizer que a dívida do mundo está paga e eu não sou mais vítima das circunstâncias.

(Erison S. Lima)

domingo, 23 de julho de 2023

Eu sou

 



Eu sou a luz que não se apaga.

Eu sou a água no ventre da mãe.

Eu sou o amor que rompe os muros da indiferença,

Eu sou o calor no frio e o frio nos tempos quentes.

Eu sou a música nos ouvidos do compositor.

Eu sou a palavra de inspiração do poeta.

Eu sou desenho na cabeça do pintor.

Sou eu a matemática do arquiteto.

Eu sou a vida na semente do agricultor.

Eu sou os sustentos das asas dos pássaros.

Eu sou o crescimento da planta, mesmo no asfalto.

Eu sou a vida que transborda para além das possibilidades.

Eu sou a casa, o chão, a porta e o leito.

Eu sou um com você no seu descanso,

e meus braços te apertam no seu desespero.

Eu sou pai, mãe, avô, avó, amigos e o mundo inteiro.

Eu sou o teu acolhimento, o cuidado e a tua paz.

Estava com você no seu passado

E no presente ando contigo na direção do seu futuro.

sábado, 22 de julho de 2023

A vida não é um smartphone: reflexões sobre o descarte de pessoas

 





Estamos entrando e saindo das vidas das pessoas mais rápido do que entramos e saímos de grupos de WhatsApp. Mas a vida não é um smartphone. Todo rompimento gera marcas. Na vida, "excluir ou bloquear" pessoas que nos fazem mal pode ser necessário para autopreservação, mas a rapidez com que nos desfazemos dos relacionamentos ainda no início pode revelar outras coisas, como: medo de se machucar, fugas, questões mal resolvidas. Ninguém tem obrigação de insistir em um relacionamento infrutífero (seja no namoro, amizade, etc). Mas, será que não estamos descartando as pessoas cedo de mais, sem dar a elas o espaço e o tempo necessário para a mudança?

Talvez estejamos nos tornando impacientes e intolerantes com as diferenças, com os erros, com as limitações alheias. Talvez estejamos nos esquecendo de que as pessoas não são perfeitas, de que elas têm seus próprios conflitos, medos, traumas, inseguranças. Talvez estejamos nos esquecendo de que nós também somos assim, e que também podemos magoar e decepcionar alguém. Talvez estejamos nos esquecendo de que o amor é um exercício constante de compreensão, perdão, diálogo e renúncia. Talvez estejamos nos esquecendo de que as relações humanas são complexas e exigem dedicação, cuidado, respeito e paciência. Talvez estejamos nos esquecendo de que as pessoas valem mais do que um simples toque na tela.

(Erison S Lima)

O que é ser bem-vindo?




Ser bem-vindo é sentir-se em casa, mesmo quando se está longe. É encontrar um abraço sincero e um sorriso que não se apaga


Ser bem-vindo é ter um espaço, onde se pode ser quem se é. É ser aceito e respeitado e ter alguém com quem se pode contar.

Ser bem-vindo é ter uma porta aberta, que te convida a entrar. É ter uma mão estendida, que te ajuda a caminhar

Ser bem-vindo é ter um lar para onde se pode voltar É ter um coração que te espera E que sempre vai te amar.❤️

(Erison S. Lima)

Oração

 


Pela manhã, antes que o dia amanheça, faça uma oração.


Antes julgar alguém, ou lembrar que alguém te feriu, faça uma oração

Antes que que a dor suba ao coração e vire amargura e contamine seu corpo, faça uma oração.

Antes de se perder em pensamentos, achando que o mundo te deve alguma coisa, e você comece a sentir pena de si mesmo, faça uma oração.

Uma oração sincera.
De gratidão por meio do amor
Que perdoa porque foi perdoado
E reconhece sua insignificância

(Erison S. Lima)

terça-feira, 18 de julho de 2023

Vida

 



Vida é abismo,

tanto quanto é ponte.


É vale tanto quanto é gruta.


É deserto tanto quanto é oásis.


É chão, é trilha, é morada, é chegada.


É caminho e caminhada.


(Erison S. Lima)

terça-feira, 11 de julho de 2023

Ismael

 

É como se eu estivesse incompleto

Como se faltasse uma parte de mim

É como um barco que saiu do porto e nunca mais foi visto

Como um pássaro doente que morre nas suas mãos

E você se sente inútil no socorro

E dói

O corpo sente, as costas se contraem

Tensas

O medo vem

Medo de caminhar sozinho

Medo pela solidão do caminho

E o sofrimento pelo abandono

Pelas expectativas geradas

Pelos sonhos agora mortos na despedida

Amor puro, gentil e infantil,

Recusado, pisado

e transformado em desprezo autoritário

E agora é só deserto

(Erison S. Lima) 


quinta-feira, 6 de julho de 2023

Conto "Dança dos Deuses: a lenda que virou filme"



Ele estava atrasado. O trânsito infernal de Mumbai não ajudava em nada. Ele tinha que chegar logo ao set de gravações, antes que o sol se pusesse. Ele era o diretor do filme mais esperado do ano, uma superprodução que iria contar sobre as heranças herdadas dos antigos povos do Subcontinente Indiano, em suas danças, que transferem essa cultura que tem mais de cinco mil anos de história.

Ele sabia que era uma responsabilidade enorme, mas também uma oportunidade única de mostrar ao mundo a riqueza e a diversidade da sua nação. Ele tinha trabalhado duro para conseguir o financiamento, o elenco, os figurinos, os cenários, a trilha sonora. Tudo tinha que ser perfeito. Ele não podia falhar.

Ele chegou ao set correndo, checando o horário no seu relógio. Já eram quase seis da tarde. Ele tinha apenas uma hora para filmar a cena mais importante do filme, a que iria encerrar a história com chave de ouro. Era uma cena complexa, que envolvia muitos atores, figurantes, efeitos especiais e coreografias. Ele tinha ensaiado várias vezes com os profissionais, mas ainda não tinha conseguido captar a essência da cena.

Ele entrou no set furioso, gritando com os atores e os técnicos que não estavam prontos. Ele exigiu que todos se posicionassem rapidamente, sem perder tempo. Ele pegou o megafone e anunciou:

  • Atenção, pessoal! Vamos começar a filmar a cena final do filme! Eu quero ver todo mundo dando o seu melhor! Essa é a nossa chance de fazer história! Vamos lá!

Ele olhou para o cenário e ficou satisfeito. Era uma réplica fiel de um antigo vilarejo de Devaloka, localizado no norte da Índia, onde o florescimento das artes estava sendo desenvolvido, com danças e religiosidades, uma delas a Kathak, que se formou como uma arte expressiva e tradicional dos povos Mongóis. Onde homens, contadores de história, iniciaram essa tradicional dança indiana. Que com as suas variações, antes dançada por Kathakas, agora por belas moças. A dança caracteriza-se pelos movimentos rítmicos dos pés, adornados com pequenos sinos (Ghungroo), e pela expressão facial e corporal das dançarinas.

Ele viu os atores principais se preparando para entrar em cena. Eles interpretavam os deuses Shiva e Vishnu, que decidiam realizar uma disputa de dança para ver quem era o melhor. Eles usavam trajes deslumbrantes e coloridos, que representavam seus atributos divinos. Eles eram acompanhados por seus servos e consortes, que também participavam da competição.

Ele acenou para o câmera-man e para o operador de som, indicando que estava tudo pronto. Ele respirou fundo e disse:

  • Ação!

A cena começou com a entrada dos deuses Shiva e Vishnu no palco improvisado, sob a luz do sol poente. Eles eram recebidos com aplausos e reverências pelos habitantes do vilarejo, que se aglomeravam para ver o espetáculo. Eles se cumprimentaram com respeito e desafiaram-se com olhares.

A primeira dança foi a Bhangra, um estilo de dança indiano originário do Punjab, que mistura elementos folclóricos e modernos. Era uma dança animada e vibrante, que exigia muita energia e coordenação dos bailarinos. Shiva e Vishnu mostraram suas habilidades e carisma, fazendo passos rápidos e saltitantes, balançando os braços e as mãos no ar, girando e pulando no ritmo da música.

O público ficou encantado com a performance dos deuses, que demonstravam alegria e entusiasmo. Eles batiam palmas e cantavam junto com a melodia. O diretor ficou impressionado com a naturalidade dos atores, que pareciam realmente se divertir com a dança. Ele sorriu e pensou que tinha feito uma boa escolha.

A segunda dança foi a Kathak, uma das danças clássicas da Índia, que se originou como uma forma de narrar histórias sagradas e lendárias. Era uma dança elegante e refinada, que valorizava a expressão facial e corporal dos dançarinos. Shiva e Vishnu mostraram sua graça e sutileza, fazendo passos delicados e precisos, movendo os olhos e as sobrancelhas, fazendo gestos simbólicos com as mãos e os dedos, girando e rodopiando no ritmo dos sinos.

O público ficou maravilhado com a performance dos deuses, que demonstravam beleza e harmonia. Eles ficaram em silêncio e admirados com a coreografia. O diretor ficou emocionado com a sensibilidade dos atores, que pareciam realmente contar uma história com a dança. Ele se arrepiou e pensou que tinha feito uma obra-prima.

A terceira dança foi a Bollywood, um estilo de dança indiano inspirado nos filmes populares do cinema de Mumbai, que mistura elementos das danças clássicas e modernas, além de influências ocidentais. Era uma dança divertida e criativa, que explorava a variedade e a originalidade dos bailarinos. Shiva e Vishnu mostraram sua versatilidade e inventividade, fazendo passos sincronizados e divertidos, mudando de figurino e de cenário, cantando e dublando músicas famosas e animadas do cinema indiano.

O público ficou extasiado com a performance dos deuses, que demonstravam humor e espontaneidade. Eles se levantaram e dançaram junto com os atores, seguindo os passos e as letras. O diretor ficou surpreso com a ousadia dos atores, que pareciam realmente fazer um filme dentro do filme. Ele riu e pensou que tinha feito um sucesso.

A cena terminou com Shiva e Vishnu abraçando-se e cumprimentando-se, reconhecendo o talento um do outro. Eles foram ovacionados pelo público, que os aclamava como os melhores dançarinos do mundo. Eles agradeceram com humildade e generosidade, convidando todos para celebrar a vida e a arte.

  • Corta! Esplêndido! Perfeito! - gritou o diretor, ao determinar o final da gravação.

Ele jogou o megafone no chão e correu para abraçar os atores, parabenizando-os pela performance incrível. Ele estava radiante de felicidade e orgulho. Ele tinha conseguido filmar a cena mais importante do filme, a que iria encerrar a história com chave de ouro. Ele tinha feito o filme dos deuses.

terça-feira, 4 de julho de 2023

O mundo do brincar



O mundo das crianças é repleto de sonhos, cores, músicas, tudo faz parte do brincar. E o brincar é a forma como a criança interage com o mundo, por isso nunca é um ato individualista. A criança brinca sempre com o outro, seja um outro real, imaginário ou inconsciente.

Ao brincar, a criança constrói um mundo próprio que, ao mesmo tempo, é compartilhado com os demais. Por isso o brincar não pode ser autoritário. Crianças que querem mandar nas outras acabam ficando sozinhas. Pois, para brincar “com” alguém é necessário dividir.

Dividir as canetas, os carrinhos, as bonecas, as casinhas, as histórias, as músicas, as coreografias. E ao dividir, a criança vai descobrindo a vida.

Às vezes, podemos nos perguntar: “você se tornou tudo aquilo que queria ser quando era criança?”. Alguns ficam tristes ao constatar que são bem diferentes, já outros se alegram. Estes nunca deixaram de brincar, nunca soltaram as mãos de sua criança interior. E por isso também, são pessoas solidárias, empáticas e afetuosas. Pessoas que não buscam um futuro bom apenas para si, mas têm no outro um irmão, com quem vão dividir seu mundo do brincar e do cresce.

Você pode achar que isso tudo é uma visão ilusória, utópica, boa demais para ser verdade. Você pode pensar que a realidade é dura, cruel, competitiva, e que não há espaço para sonhos, cores, músicas, sorrisos, etc, etc.

Perdão. Eu estou apenas brincando de escrever. 

(Erison S. Lima)

segunda-feira, 3 de julho de 2023

Brincar



Qual é o seu lugar seguro?

Aonde você pode levar sua criança interior pra brincar 

E ela se sente segura?

Pode ser um local,

Um momento do dia,

Uma roda de amigos,

Uma música,

Ou você dançando sozinho no quarto

O legal da vida é encontrar pessoas com as quais possamos ser nós mesmos

E ainda sermos amados.

Um encontro de amor é cura pra alma

É refúgio da jornada

É água no deserto

É abraço na madrugada.

sábado, 1 de julho de 2023

Felicidade

 




A felicidade 

nem sempre está nas nuvens

ou nas montanhas

nas praias

ou cachoeiras.

Também se pode ser feliz

arrumando a casa,

a cama,

a vida.

(Erison S. Lima)


Hoje

 


Hoje eu me lembrei de quem eu sou

Hoje ele me lembrou de quem eu sou

A imagem de mim mesmo não está mais quebrada,

Como num espelho partido em várias partes

Hoje eu me vejo,

Me enxergo

Porque ele me fez ver.

(Erison S. Lima)

Vocação e Valor: A Realidade dos Professores

Segundo uma postagem no Instagram do Jornal O Globo, publicado hoje,  oito em cada dez professores  já consideraram a possibilidade de mudar...