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quinta-feira, 9 de maio de 2024

Vocação e Valor: A Realidade dos Professores



Segundo uma postagem no Instagram do Jornal O Globo, publicado hoje, oito em cada dez professores já consideraram a possibilidade de mudar de profissão. Essa estatística não me surpreende, pois conheço bem a sensação de derrota que pode acometer um educador ao final de um longo dia. Derrota imposta pela vida, pelas promessas de avanço na carreira não cumpridas pelas autoridades, pelas exigências excessivas que enfrentamos diariamente. Derrota que nasce da autocobrança por ser diferente, do desrespeito de alunos, da falta de apoio dos pais, e da ausência de acolhimento e estrutura básica por parte da escola para exercer adequadamente nosso trabalho.

Essa sensação é familiar para mim; é o peso de um dia em que as batalhas parecem maiores que as vitórias. 

de querer fazer a diferença e sentir-se impotente. Mas, apesar desses desafios, muitos professores encontram forças naquelas pequenas vitórias diárias, no sorriso de um aluno que finalmente compreendeu um conceito difícil, na gratidão expressa por um pai que vê o progresso do filho, ou na satisfação pessoal de contribuir para a formação de futuras gerações.

É verdade que o sistema educacional pode ser desgastante e, às vezes, parece que não reconhece o valor dos seus educadores. No entanto, é importante lembrar que a educação é uma jornada longa e que cada passo, por menor que seja, é um avanço na direção certa. Muitos professores se apegam à esperança de que as mudanças virão e que seu trabalho árduo será reconhecido e recompensado.

A paixão pela educação muitas vezes supera as adversidades. E, embora o pensamento de desistir possa surgir, a determinação de fazer a diferença na vida dos alunos muitas vezes prevalece. Afinal, ensinar é mais do que uma profissão; é uma vocação que molda o futuro. E, apesar de todas as dificuldades, essa é uma missão que muitos professores escolhem continuar, dia após dia, porque acreditam no poder transformador da educação.

09/05/2024

(Erison S. Lima)

quinta-feira, 2 de maio de 2024

Só sei que gosto do Silêncio



Essa paz reinante
Essa alegre monotonia
Esse milagre do momento presente
Que me informa sobre o bem
Que rme devolve à normalidade
Que me afasta da ansiedade

Que reordena e organiza os pensamentos
Que nutre e oxigena a mente
Que muta as vozes internas e derrota as confusões

Amo o silêncio

Que me lembra que sou mais do que a derrota diária
Que me renova a esperança de saber que sou inteiro e também parte do bem

Que me motiva, restaurando a paz interna
Que me ampara e me acolhe
Enquanto o mundo lá fora debate suas tragédias diárias,
Preso à ditadura do relógio,
Aqui dentro o Silêncio me ensina e me abraça, em estado de paz.

Erison S. Lima

Convivendo com a dor


A dor física

A dor mental
A dor de amor
A dor da indiferença
A dor do rancor

A dor de uma amizade que se perdeu no tempo.

A dor de conviver com fantasmas,
Ecos do passado, vozes da amargura,

A dor da saudade, que mantém vivas as memórias
A dor da ansiedade
A dor da incredulidade
A dor da desesperança

A dor de nunca saber como enfrentar os meus medos
A dor de ter medos
A dor de não saber de si
A dor de ter que deixar ir

É preciso aprender
Aprender a conviver
E saber ser
Apesar de tanta dor...
Encontrando forças na fragilidade,
E esperança, mesmo na adversidade.

(Erison S. Lima)

Diariamente




É um privilégio a oportunidade de ser amado.

Amado nas pequenas grandes coisas. Alguém que deixa pra você o café pronto antes de sair. Ou que prepara o almoço.

É um privilégio amar na oportunidade de contribuir com meus braços, mãos e pernas.

Dar um remédio pra alguém ou ser o remédio de alguém. E abraçar com o meu cuidado

É um privilégio quando a gente se permite amar até o dia seguinte.
Amar, até saber que é sem limites.

Amar até o fechar dos olhos.
Amar abrindo o coração,
diariamente.

Erison S. Lima
19/04/2024

O Antônimo do Amor


No vácuo frio da indiferença,

onde o coração se retrai,
Há uma sombra que não se desfaz.

Não é ódio, nem fúria ardente.
Mas a ausência de calor.
Um vazio que mente.
Negando o valor.

É o silêncio que sufoca.
A mão que não se estende.
O olhar que não se desdobra
E o abraço que se ofende.

O antônimo do amor

A memória que se apaga.
A promessa sem cumprimento.
E a alma que não se afaga.

Mas, ali mesmo, uma centelha brilha.
Pois o amor, como um verso eclode.
Renasce das cinzas, tenro e forte.
Refaz a trajetória, antes maldita

E, no coração disperso,
encontra morada, solo e raízes.

Erison S. Lima
14/04/2024

O caminho da poesia.


Ele era uma criança, dessas muitas crianças simples, que oram antes de dormir.


Ele era só uma criança, dessas muitas crianças que sentem as dores do mundo e não sabe o que fazer com elas

Ele era só uma criança simples, daquelas que prefere brincar a pensar na complexidade do mundo.

Ele era só uma criança simples, daquelas que já aguentou ouvir ofensas, que recebeu ódio sem saber porque.

Ele era só mais uma simples criança, dessas que ama sempre, perdoa sempre, e busca sempre ser amada.

Ele era só mais uma dessas crianças, que queria poder dizer as palavras certas, no momento certo, pra fazer parar a ira, a dor e o ódio.

Ele era só mais uma, dessas crianças simples. Que aprendeu a orar, antes de sonhar. Que aprendeu o caminho da poesia.

Que resolveu matar dentro de si o ódio que recebeu.

Ele era só mais uma criança simples, que cresceu.

Erison S. Lima
10/04/2024

Saudades



As saudades que sinto do meu pai, falecido em 2019 são, na verdade, um misto de saudades de um tempo que não voltará mais:


Saudades da minha casa no bairro do São Francisco, do meu quarto de criança e daquele aconchego e despreocupação.

Saudades da igreja, e daquele clima de culto e comunhão que talvez nem fosse real...

Saudades da minha escola e dos meus amigos com quem eu tanto me identificava e com quem a gente brincava e ria até das coisas mais bestas.

Saudades da música e da tv da década de 1990, daquela liberdade de poder falar de tudo.

Saudades do rock e do meu cabelo grande.
Saudades da MTV e de não pensar em nada a não ser na próxima lista do Disk e de assistir o MTV Brasil aos sábados.

Saudades da TV Cultura. Do Rolando Boldrin, do Castelo Ra-Tim-Bum, do Mundo da Lua, do Doug e do Mundo de Beackman

A saudade do meu pai era um reflexo de todas essas saudades que ainda trago aqui dentro.
E, de certa forma, também é saudade de mim.

Erison Lima
31/03/2024

Vocação e Valor: A Realidade dos Professores

Segundo uma postagem no Instagram do Jornal O Globo, publicado hoje,  oito em cada dez professores  já consideraram a possibilidade de mudar...