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terça-feira, 10 de dezembro de 2024
Pudim
A presença do Silêncio
O Silêncio está presente, quando as luzes se apagam
O Silêncio está presente, por sobre os prédios, os telhados das nossas casas, nas madrugadas frias.
O Silêncio está presente, nos quartos dos hospitais. Segurando as mãos dos doentes terminais.
O Silêncio, sopra, sem falar, ele age. Enquanto o mundo todo se perde em vozes, o Silêncio para e celebra em si a comunhão das dores.
O Silêncio se revela no olhar, no tato, no paladar. O Silêncio come as palavras, ele as devora, como sopa.
O Silêncio vibra de alegria, nas nossas pequenas vitórias de cada dia.
Quando um pai volta sadio pra casa, quando uma mãe ora sozinha em seu quarto.
Quando nos escondemos dos "monstros" debaixo das cobertas.
Ali o Silêncio está. Comemorando conosco a Existência. Pois, dela ele nunca mais sairá.
(Erison S. Lima)
E a vida sempre encontra uma maneira de ser ela mesma;
E a vida sempre encontra uma maneira de ser ela mesma;
Ainda que tentem prendê-la, sufocá-la; amarrá-la; colocá-la sob supervisão, fiscalização, censura.
A natureza que há em nós rompe padrões;
Como água ela escoa; abre a caixa; escorre por entre as grades;
Encontra um jeito de se libertar;
Enquanto as algemas feitas com ódio, construídas na ilusão de controle, desfazem-se, enferrujam e quebram, vencidas pela ação do tempo
e pela força da Esperança Viva.
Esta jamais poderá ser contida.
(Erison S Lima)
Hoje eu precisava de um poema
Precisava de um poema que me lembrasse dos sentimentos bons
Que me inspirasse a agradecer pela vida e pelas pessoas que amo
Precisava de um poema que me lembrasse dos meus afetos
Que me abraçasse com a ternura de um verso
Que me beijasse com a doçura de uma rima
Que me acariciasse com a suavidade de uma metáfora
Que me envolvesse com a beleza de uma imagem
Precisava de um poema que me lembrasse dos meus amores
Que me fizesse sentir a paixão de um olhar
Que me fizesse ouvir a emoção de uma voz
Que me fizesse tocar a pele de um desejo
Que me fizesse vibrar com a entrega de um abraço
Precisava de um poema que me lembrasse das minhas pequenas alegrias diárias
Que me fizesse apreciar o sol que brilha na janela
Que me fizesse saborear o café que perfuma a casa
Que me fizesse respirar o ar que renova as energias
Que me fizesse cantar a música que alegra a alma
Precisava de um poema que me fosse um afago ao pé do ouvido
Que me sussurrasse palavras de conforto e esperança
Que me contasse histórias de sonhos e fantasias
Que me dissesse verdades de amor e confiança
Que me cantasse canções de consolo e ninar
(Erison S. Lima)
A vida e transformação.
A vida é uma jornada de descobertas, desafios e transformações. Cada experiência que vivemos nos molda de alguma forma, nos faz crescer ou regredir, nos aproxima ou nos afasta de quem somos e de quem queremos ser. A vida é também uma escola de aprendizagem, onde o erro é parte do processo, onde a tentativa e o acerto são possibilidades, onde a mudança é inevitável.
Mas nem sempre temos consciência disso. Às vezes, nos apegamos a ideias, planos, sonhos ou pessoas que não nos fazem bem, que não nos permitem evoluir, que nos limitam ou nos frustram. Às vezes, deixamos de lado oportunidades, caminhos, projetos ou relações que poderiam nos trazer felicidade, realização, crescimento ou amor. Às vezes, escolhemos o que não queremos ou não queremos mais o que escolhemos.
E isso é normal. Somos humanos, falhos, imperfeitos. Não temos todas as respostas, nem todos os recursos, nem todos os dons. Erramos porque somos limitados, porque não sabemos tudo, porque temos medos, dúvidas, inseguranças. Erramos porque somos livres, porque podemos escolher, porque temos vontades, desejos, sonhos.
Mas errar não é o fim. Errar é uma oportunidade de aprender. Aprender com o erro, ou apesar dele. Aprender a reconhecer nossas falhas, a corrigir nossas rotas, a mudar nossas atitudes. Aprender a perdoar a nós mesmos e aos outros. Aprender a recomeçar, a reinventar, a renovar.
A vida é “tentativa e erro”, mas também é “acerto e sucesso”. Depende de como encaramos nossas experiências, de como lidamos com nossas escolhas, de como buscamos nossa evolução. A vida é uma obra em constante construção, onde somos os autores e os protagonistas. Cabe a nós escrevermos nossa história da melhor forma possível.
(Erison S. Lima)
segunda-feira, 9 de dezembro de 2024
Vida
O que é a vida?Vida é abismo,
tanto quanto é ponte.
É vale tanto quanto é gruta.
É deserto tanto quanto é oásis.
É chão, é trilha, é morada, é chegada.
É caminho e caminhada.
(Erison S. Lima)
Vinho novo, odres novos
"Mas, põe-se vinho novo em odres novos e ambos se conservam" (MT 9:17)Nossa vida é cheia de novas oportunidades, novos desafios, novos relacionamentos.
Para aproveitarmos as novidades em sua completude, precisamos não apenas receber o novo, mas sermos novos. Não adianta entender os novos tempos, é necessário vivê-los. Não basta apenas reconhecer que o antigo não serve mais, mas abandona-lo, de fato.
Assim como existem acumuladores de objetos, há acumuladores de pensamentos, de ideais, de sonhos fracassados, de tristezas. Enquanto não abandonamos o que é velho, sem utilidade, o novo em nós não se desenvolve. Enquanto não jogamos fora o lixo, a gordura, a água parada, ou cortamos o mato, não haverá caminho aberto para o renascer.
O caminho do aprendizado
Ouvi recentemente uma frase de uma colega, a qual tento sempre lembrar nos momentos de dificuldade, algo como “A gente precisa se divertir no processo”.
Volta e meia preciso lembrar dos propósitos. A educação tem os seus, eu preciso reencontrá-los em mim, para não me perder.
Preciso entender que aprendo para crescer, para me desenvolver, amadurecer. Pois nunca estaremos completos, aprendizagem é uma estrada sem final. Ela possui algumas estações de descanso, é verdade, mas logo a jornada nos chama, ela nos convida a retornar ao caminho, onde somos desafiados, incentivados a vencer obstáculos.
Segundo, preciso lembrar que para me divertir preciso ser humilde, preciso me esvaziar do que penso que sei e de quem penso que sou. Preciso rir de mim mesmo, assumindo minhas debilidades, minhas falhas e preconceitos. Preciso saber que não sei.
O caminho do aprendizado só se torna prazeroso quando a gente percebe que ele é mais do que prazos a cumprir e notas a alcançar, para isso é preciso ver beleza a cada passo dado na direção dos nossos objetivos. É preciso aproveitar a jornada, olhar pela janela do trem, admirar a paisagem. Estarmos satisfeitos com o que construímos até aqui, sabendo que mesmo o pouco pode ser muito, dependendo do seu olhar. Pois, Educação é a própria vida florescendo e introjetando em nós seus efeitos.
quinta-feira, 9 de maio de 2024
Vocação e Valor: A Realidade dos Professores
Segundo uma postagem no Instagram do Jornal O Globo, publicado hoje, oito em cada dez professores já consideraram a possibilidade de mudar de profissão. Essa estatística não me surpreende, pois conheço bem a sensação de derrota que pode acometer um educador ao final de um longo dia. Derrota imposta pela vida, pelas promessas de avanço na carreira não cumpridas pelas autoridades, pelas exigências excessivas que enfrentamos diariamente. Derrota que nasce da autocobrança por ser diferente, do desrespeito de alunos, da falta de apoio dos pais, e da ausência de acolhimento e estrutura básica por parte da escola para exercer adequadamente nosso trabalho.
Essa sensação é familiar para mim; é o peso de um dia em que as batalhas parecem maiores que as vitórias.
de querer fazer a diferença e sentir-se impotente. Mas, apesar desses desafios, muitos professores encontram forças naquelas pequenas vitórias diárias, no sorriso de um aluno que finalmente compreendeu um conceito difícil, na gratidão expressa por um pai que vê o progresso do filho, ou na satisfação pessoal de contribuir para a formação de futuras gerações.
É verdade que o sistema educacional pode ser desgastante e, às vezes, parece que não reconhece o valor dos seus educadores. No entanto, é importante lembrar que a educação é uma jornada longa e que cada passo, por menor que seja, é um avanço na direção certa. Muitos professores se apegam à esperança de que as mudanças virão e que seu trabalho árduo será reconhecido e recompensado.
A paixão pela educação muitas vezes supera as adversidades. E, embora o pensamento de desistir possa surgir, a determinação de fazer a diferença na vida dos alunos muitas vezes prevalece. Afinal, ensinar é mais do que uma profissão; é uma vocação que molda o futuro. E, apesar de todas as dificuldades, essa é uma missão que muitos professores escolhem continuar, dia após dia, porque acreditam no poder transformador da educação.
09/05/2024
(Erison S. Lima)
quinta-feira, 2 de maio de 2024
Só sei que gosto do Silêncio
Essa paz reinante
Essa alegre monotonia
Esse milagre do momento presente
Que me informa sobre o bem
Que rme devolve à normalidade
Que me afasta da ansiedade
Que reordena e organiza os pensamentos
Que nutre e oxigena a mente
Que muta as vozes internas e derrota as confusões
Amo o silêncio
Que me lembra que sou mais do que a derrota diária
Que me renova a esperança de saber que sou inteiro e também parte do bem
Que me motiva, restaurando a paz interna
Que me ampara e me acolhe
Enquanto o mundo lá fora debate suas tragédias diárias,
Preso à ditadura do relógio,
Aqui dentro o Silêncio me ensina e me abraça, em estado de paz.
Erison S. Lima
Convivendo com a dor
A dor físicaA dor mental
A dor de amor
A dor da indiferença
A dor do rancor
A dor de uma amizade que se perdeu no tempo.
A dor de conviver com fantasmas,
Ecos do passado, vozes da amargura,
A dor da saudade, que mantém vivas as memórias
A dor da ansiedade
A dor da incredulidade
A dor da desesperança
A dor de nunca saber como enfrentar os meus medos
A dor de ter medos
A dor de não saber de si
A dor de ter que deixar ir
É preciso aprender
Aprender a conviver
E saber ser
Apesar de tanta dor...
Encontrando forças na fragilidade,
E esperança, mesmo na adversidade.
Diariamente
Amado nas pequenas grandes coisas. Alguém que deixa pra você o café pronto antes de sair. Ou que prepara o almoço.
É um privilégio amar na oportunidade de contribuir com meus braços, mãos e pernas.
Dar um remédio pra alguém ou ser o remédio de alguém. E abraçar com o meu cuidado
É um privilégio quando a gente se permite amar até o dia seguinte.
Amar, até saber que é sem limites.
Amar até o fechar dos olhos.
Amar abrindo o coração,
diariamente.
Erison S. Lima
19/04/2024
O Antônimo do Amor
No vácuo frio da indiferença,onde o coração se retrai,
Há uma sombra que não se desfaz.
Não é ódio, nem fúria ardente.
Mas a ausência de calor.
Um vazio que mente.
Negando o valor.
É o silêncio que sufoca.
A mão que não se estende.
O olhar que não se desdobra
E o abraço que se ofende.
O antônimo do amor
A memória que se apaga.
A promessa sem cumprimento.
E a alma que não se afaga.
Mas, ali mesmo, uma centelha brilha.
Pois o amor, como um verso eclode.
Renasce das cinzas, tenro e forte.
Refaz a trajetória, antes maldita
E, no coração disperso,
encontra morada, solo e raízes.
Erison S. Lima
14/04/2024
O caminho da poesia.
Ele era uma criança, dessas muitas crianças simples, que oram antes de dormir.
Ele era só uma criança, dessas muitas crianças que sentem as dores do mundo e não sabe o que fazer com elas
Ele era só uma criança simples, daquelas que prefere brincar a pensar na complexidade do mundo.
Ele era só uma criança simples, daquelas que já aguentou ouvir ofensas, que recebeu ódio sem saber porque.
Ele era só mais uma simples criança, dessas que ama sempre, perdoa sempre, e busca sempre ser amada.
Ele era só mais uma dessas crianças, que queria poder dizer as palavras certas, no momento certo, pra fazer parar a ira, a dor e o ódio.
Ele era só mais uma, dessas crianças simples. Que aprendeu a orar, antes de sonhar. Que aprendeu o caminho da poesia.
Que resolveu matar dentro de si o ódio que recebeu.
Ele era só mais uma criança simples, que cresceu.
Erison S. Lima
10/04/2024
Saudades
As saudades que sinto do meu pai, falecido em 2019 são, na verdade, um misto de saudades de um tempo que não voltará mais:
Saudades da minha casa no bairro do São Francisco, do meu quarto de criança e daquele aconchego e despreocupação.
Saudades da igreja, e daquele clima de culto e comunhão que talvez nem fosse real...
Saudades da minha escola e dos meus amigos com quem eu tanto me identificava e com quem a gente brincava e ria até das coisas mais bestas.
Saudades da música e da tv da década de 1990, daquela liberdade de poder falar de tudo.
Saudades do rock e do meu cabelo grande.
Saudades da MTV e de não pensar em nada a não ser na próxima lista do Disk e de assistir o MTV Brasil aos sábados.
Saudades da TV Cultura. Do Rolando Boldrin, do Castelo Ra-Tim-Bum, do Mundo da Lua, do Doug e do Mundo de Beackman
A saudade do meu pai era um reflexo de todas essas saudades que ainda trago aqui dentro.
E, de certa forma, também é saudade de mim.
Erison Lima
31/03/2024
domingo, 25 de fevereiro de 2024
Grato
Sou muito grato pela profissão que escolhi. Pela oportunidade de conhecer pessoas, ajudar pessoas, amar pessoas. Isso me remete aos meus primeiros anos de vida e à minha família.
Agradeço por ter tido um pai que me amou, por ter uma mãe que ainda faz tudo por mim, até hoje, sem que eu peça. Sei que muitas pessoas no mundo não tiveram a oportunidade de ter isso, sei que é privilégio.
Sou grato por tudo o que já vivi até aqui. Pela família que construí com a Eliane. Pelas minhas duas filhas, por quem eu daria a minha vida. Sou grato por cada gota de lágrima e suor, pelas caminhadas a pé, grato pelo aprendizado a cada passo.
Entendo que para mim, o mundo não me deve nada, tenho poucos rancores, e os que tinha fui abandonando ao longo da estrada, pois nada me servem. Nada me serve continuar removendo destroços de sonhos inacabados, amizades frustradas, expectativas ilusórias sobre pessoas injustas, a vida precisa ser maior do que isso. De nada me adianta viver revisitando dores e mágoas antigas, isso só faz o coração ficar pior e derrubar a autoestima. A gente precisa ser melhor do que isso.
Não me engano, o mundo e as pessoas continuam os mesmos. Preciso melhorar por mim, pelos que me amam e por quem ainda desejo continuar amado para sempre.
Erison S. Lima (25/02/24)
quarta-feira, 14 de fevereiro de 2024
Ecoando
Sentei na cama, abri um livro:
"Mas os mansos herdarão a terra e se deleitarão na abundância de paz."
Pensei: onde foi que nos abandonamos?
Olhei pela janela e vi o dia cinzento e vi pessoas cinzas.
Um ser humano, não humano. Na verdade, era uma outra criatura...
Era uma máquina de matar outros seres para reduzi-los a pó.
Era um demônio, uma besta, uma fera...
Estava frio e eu pensei:
Será a paz uma miragem?
Uma ilusão que só existe nos livros, nos poemas, nas canções?
Será que um dia já a possuímos?
Será que um dia já a conhecemos?
Será ela um dom, uma escolha, uma missão?
Fechei o livro e, simultaneamente, os olhos:
"Bem-aventurados os mansos, porque eles herdarão a terra".
Ecoava, agora, uma voz, dentro de mim.
(Erison S. Lima)
Sozinho
É difícil viver sozinho, E enfrentar os sacrifícios da vida. Mas, não é impossível É difícil caminhar sozinho E, no meio do caminho, ter q...
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Ouvi recentemente uma frase de uma colega, a qual tento sempre lembrar nos momentos de dificuldade, algo como “A gente precisa se divertir n...
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Precisava de um poema que me lembrasse dos sentimentos bons Que me fizesse sorrir com as lembranças de momentos felizes Que me aquecesse o...
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Eu sou a luz que não se apaga. Eu sou a água no ventre da mãe. Eu sou o amor que rompe os muros da indiferença, Eu sou o calor no fr...