*1915 † 2013
Sentou-s na sala da vizinha, andava com dificuldade. Olhou,
abriu um sorriso e disse: “- Posso dizer
uma coisa querida? Já vivi demais, estou cansada, queria que Papai do Céu me
levasse logo...”
Aos 98, Dona Maria do Carmo, minha segunda avó materna,
faleceu deixando uma obra fabulosa atrás de si: Amou, amou de verdade ! Não
tinha muitos interesses pessoais, seu interesse era ver seus filhos, netos,
sobrinhos e agregados, felizes. Minha avó abrigou quem não tinha casa, crio os
filhos dos outros, alimentou quem tinha fome, servia a todos com respeito e
carinho.
E até no auge da nossa adolescência, quando achávamos que
sabíamos de tudo, aguentou nossas crises, suportou nossa raiva infantil. Se
dilatou mais ainda, orava por nós. Nos aconselhava com a sabedoria de quem
conhecia as dores e o caminho da vida.
Ela se foi. E nos deixou com saudade. Mas me lembro da Paz,
que brilhava nos seus olhos..
A benção, minha avó titia.
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