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domingo, 8 de setembro de 2019

Esperança Viva



E a vida sempre encontra uma maneira de ser ela mesma;

Ainda que tentem prendê-la, sufocá-la; amarrá-la;
colocá-la sob supervisão, fiscalização, censura.

A natureza que há em nós rompe padrões;
Como água ela escoa; abre a caixa;
escorre por entre as grades;
Encontra um jeito de se libertar;

Enquanto as algemas feitas com ódio,
construídas na ilusão de controle, desafazem-se,
enferrujam e quebram, vencidas pela ação do tempo 
e pela força da Esperança Viva. 

Esta jamais poderá ser contida.

(Erison S Lima) 

quinta-feira, 7 de março de 2019

As crianças da comunidade indígena Kokama Nova Esperança precisam da sua ajuda





As crianças da comunidade indígena Kokama Nova Esperança precisam de você.
Nos últimos dias 02 e 03 de março, voluntários de várias instituições conheceram a comunidade indígena Kokama - Nova Esperança, localizada no km 08 do Ramal do Brasileirinho, em Manaus, Amazonas.
A comunidade compartilhou conosco, além de seus costumes e histórias, suas lutas diárias e dentre elas a escola Kokama, que atende as crianças e adolescentes da comunidade.
Esta escola, literalmente foi construída por voluntários, tijolo por tijolo. Há anos a comunidade entra com recursos para que a escola seja reconhecida pelo poder público e desta forma passe a ter acesso aos repasses de merenda, materiais, infraestrutura básica.

O problema é que mesmo com todas as tentativas, diga-se de passagem, frustradas até então, a escola a nada tem direito aos olhos do Estado e ainda não pôde ser utilizada da forma que a comunidade gostaria pela falta de materiais básicos como cadeiras e materiais didáticos para os estudantes.
Neste sentido, os voluntários resolveram criar uma corrente do bem para fazer esse levantamento de materiais escolares para que os alunos usem ao longo desse ano.
Há várias possibilidades de ajudarmos e garantimos que qualquer doação é bem vinda!

Aos colegas de curso, de profissão e de planeta: Como podemos ajudar?
As crianças precisam de material básico como caderno, lápis, borracha.....também há a necessidade de um computador e uma impressora (que pode ser essa, jogada num cômodo da sua casa, em bom estado e prestes a ser descartada)

Para além de likes e compartilhamentos o objetivo e fazer esse levantamento para dar continuidade dos ensinamentos na comunidade, pois o maior objetivo da escola Kokama é deixar viva sua língua para as gerações presentes e futuras. Sua marca no mundo.


Escolhi essa foto, entre centenas por que ela representa muito do que vi e senti nesses dois dias na comunidade: Cuidado. Cuidado com todos, principalmente com as crianças. Mãos dadas e braços entrelaçãdos que protegem sorrisos, esperando todo dia um novo "Kuema", um novo amanhecer.
Vamos juntos?
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Kamila Craveira, 22 anos, formada em Geografia pela Universidade Federal do Amazonas - UFAM, atua na área ambiental, análise espacial e fotografia. Ativista por natureza, acredita que amar e mudar as coisas lhe interessam mais.

sábado, 2 de fevereiro de 2019

(In)verso



E quantos versos calados, deixamos?
Quantas noites mal dormidas?
E vidas mal vividas?
Memórias vívidas
Dúvidas, divididas

Estamos mudos
Mas não por falta do que falar

E quantos versos inauditos?
Mal ditos
Pensados e passados
Sob este mesmo astro
Sob este luar
Sob essas noites de calor e frio n'alma

Estamos mudos
Mas não por falta do que falar

A tristeza engole a alma
Que nem remédio consegue amenizar

Estamos mudos
Mas não por falta do que falar

(Erison S. Lima)

Manaus, fevereiro de 2019

sábado, 26 de janeiro de 2019

“O Rio? É doce. A Vale? Amarga." - Carlos Drummond em 1984.

Em 1984, Carlos Drummond de Andrade publicou no jornal Cometa Itabirano o poema “Lira Itabira”. O poema é uma denúncia, que, passados todos estes anos, ainda permanece atual. Carlos Drummond já imaginava o conflito entre a mineradora e a vida do Rio Doce.

“O Rio? É doce. 
A Vale? Amarga.
Ai, antes fosse
Mais leve a carga.
Entre estatais
E multinacionais,
Quantos ais!
A dívida interna
A dívida externa
A dívida eterna
Quantas toneladas exportamos
De ferro?
Quantas lágrimas disfarçamos
Sem berro?

segunda-feira, 21 de janeiro de 2019

AOS RESISTENTES


AOS RESISTENTES

A gente resistiu aos planos que não deram certo, confiando em dias melhores.

A gente resistiu aos problemas que nos alcançaram, com esforço e dedicação.

A gente resistiu à saudade dos que se foram, acreditando que eles permanecem conosco, de alguma forma, aqui dentro.

A gente resistiu aos planos armados contra nós, e às caras fechadas, cheias de maldade.

A gente resistiu ao preconceito, com respeito.

A gente resistiu à quem queria fazer de nós o que não somos e mudar nossos sonhos.

A gente resistiu à quem dizia que não queríamos nada, que não participamos de nada, que não eramos nada.

A gente resistiu aos nossos próprios medos. E aos nossos demônios, pensamentos de derrota.

A gente resistiu à mágoa e ao rancor.

A gente resistiu ao vento, ao calor, à chuva, que nos molhou naquele  último dia, batizando a nossa coragem.

Resistimos à tudo. Menos ao AMOR.

O AMOR, que fortalece nossa confiança;
Força sobrenatural, que aproxima os distantes;

que coroa nossa persistência;

que muda as caras fechadas;

que deixa sem argumentos aqueles que nos rejeitam;

que supera nossos pré-conceitos;

que fortalece nossos sonhos;

Amor que nos dá autoconfiança;
Amor que vence o ódio;

O Amor nos trouxe aqui e nos fez fortes.

Até que, num dia 12 do mês 12 de um certo ano 2014;
Nossos amor nos transformou numa avalanche.

E nas águas daquela piscina, desceram meninos, subiram homens; desceram meninas, subiram mulheres.

Resistentes.

PARABÉNS 3º1, inesquecível.

Lembranças, poema para Maria e Sophia


Logo cada detalhe e cada lembrança serão preciosos,
como memórias vivas que mantemos dentro de nós;
Cada brinquedo jogado pelo chão;
Cada roupa no lugar errado;
Cada enrolação na hora do banho;
Cada pergunta incomoda, na hora “certa”;
Cada pedido, cada desenho, cada sorriso e choro sem sentido;
Cada chamada por atenção, cada gesto de amor, cada castigo.
Todas as vezes que olharmos para dentro procurando na memória as lembranças destes tempos, saberemos que nossa existência teve um sentido;
Que tudo teve um porquê;
Porque elas estiveram aqui,
E desde o dia em que chegaram,
mudaram tudo e nunca mais saíram do nosso coração.
Lembranças...

quinta-feira, 10 de janeiro de 2019

Jovem de periferia se forma e dá depoimento emocionante: "Não foi celebração da meritocracia, mas da oportunidade."


Hoje não foi uma celebração da "meritocracia". Hoje foi uma celebração da oportunidade! 
Oportunidade de estar numa universidade pública, tendo participado de projetos, experiências, trilhas, saberes diversos, conversas de auditório e de boteco. Oportunidade de vivenciar coisas que eu de longe me imaginaria, no auge dos 20 anos vivendo. De estudar coisas que eu adoro, coisas que eu ainda pouco entendo, de trabalhar com causas que eu acredito! 
Oportunidade de jovens, como eu, que saem de suas quebradas pela zona leste, buscando coisas que a gente nem sabe mesmo o que são, mas que quando vem, numa aula, numa frase, numa linha, tomam o espírito de um jeito. De um jeito que quem já sentiu, sabe como é!
Oportunidade de compartilhar esses anos com pessoas incríveis, com pessoas fáceis, pessoas difíceis, com pessoas. Parece que tudo toma o seu lugar quando se olha de fora. Cada peça está onde deveria estar até aqui, neste momento.
Oportunidade de formar saberes, curiosidades, angústias, perguntas, formamos a nós e o ao mundo dentro e fora de nossas cabeças.
Oportunidade que todo moleque, dentro e fora da periferia deveria ter.
Nós tivemos.
Foi através dela que eu e muitos dos meus colegas e amigos, hoje licenciados e bacharéis, mostraram uns aos outros coisas novas. Novas oportunidades.
Este não é um discurso sobre meritocracia. É um breve discurso sobre oportunidade!


Texto de Kamila Craveira, publicado originalmente em 
https://www.facebook.com/photo.php?fbid=1967485760034493&set=a.116290771820677&type=3&theater

Vocação e Valor: A Realidade dos Professores

Segundo uma postagem no Instagram do Jornal O Globo, publicado hoje,  oito em cada dez professores  já consideraram a possibilidade de mudar...