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quinta-feira, 28 de setembro de 2017

Os livros do meu pai.



Durante toda a minha infância meu pai comprou livros para mim, muitos, dos mais variados, desde a Coleção de Clássicos Disney, até livros os que tratavam das futuras matérias escolares, incluindo vestibulares. Atlas geográficos (um carinho especial por esses), muitos mapas. Aqueles que ele não comprara foram dados a ele, como livros de psicologia, filosofia, teologia, história da Igreja, minha casa era recheada, grande parte da infância passei em companhia daqueles impressos.
Lembro-me claramente das montanhas, dos caminhos, dos castelos, das muralhas, dos fortes e dos "casebres" que fazia para brincar, com exemplares de anatomia com capa dura, que apareceram sabe-se lá de onde, eram livros grandes e sólidos o bastante para minhas edificações infantis. Lembro do grande mapa do Brasil aberto no corredor da minha casa.
O conhecimento era fácil de adquirir, era como brincar. Por isso também transformei o Instituto Batista do Amazonas, onde estudei em uma extensão do meu lar, poucos sabem do carinho que tenho por aquela escola, a qual minha mãe pagava com dificuldade extrema.
Mas, voltando aos livros, não que eu fosse um grande leitor, talvez eu fosse (e ainda sou) um grande admirador de livros, isso com certeza. Eles mantinham, e ainda mantém, uma ligação com o que eu conhecia do meu pai. Ter livros, muitos livros, de alguma forma, dentro da minha cabeça, me liga a ele.
Sempre o via, nas tardes de sábado e domingo, deitado na sua rede, lendo, quando não um exemplar da Bíblia, um jornal, ou qualquer outro escrito, mas meu pai lia muito. Por vezes tento identificar em mim as razões que me levaram a me tornar professor da área de linguagens, talvez não seja um amor pelas letras diretamente, nem pelos livros unicamente, mas por meu pai, e por tudo o que ele representa em minha vida

O fim do mundo já chegou



O fim do mundo já chegou para quem não está mais nele.
O fim do mundo já chegou para quem despreza a riqueza e a beleza dele.
O fim do mundo já chegou para quem se dedica a tornar a existência dos outros tediosa, vazia ou perigosa.
O fim do mundo já chegou para quem rompeu relações e amizades sadias.
O fim do mundo já chegou para quem desistiu de si, desistiu de amar antes do fim.
O fim do mundo já chegou para aqueles, mas para quem ainda não se deixou abater, ele só começou.

(Eriosn S. Lima)

quarta-feira, 27 de setembro de 2017

Para Maria antes de ser Maria


Para Maria, antes de ser Maria.

"Minhas primeiras linhas para você escrevo, esperando que venhas com saúde, e que ocorra tudo em paz... Pois, estamos eu, sua mãe, irmã e toda a família, pacientemente aguardando sua vinda, sabendo que serás sempre bem-vindo/bem-vinda, entre nós, mais um(a) de nós. Graciosamente inocente, dádiva e célula de Deus. Ainda não sabemos seu nome, mas, já o temos como bálsamo, benção, alegria viva, sorriso e beleza. Nosso coração se dilata para receber-te. E agradece Àquele que o(a) criou".

Erison S. Lima 
(26/09/2016)

terça-feira, 26 de setembro de 2017

Duas Idosas


Duas idosas encontraram-se num caminho, uma delas subia em uma ônibus de turistas, ostentando boa saúde no alto de seus 70 anos, ela estava ali para visitar uma praia famosa no Nordeste do país. Esta tinha vida abastada, pois havia sido diretora de escolas e esposa, e agora viúva, de um próspero médico em sua cidade. A outra, não se sabia a origem, o passado, mas suspeitava-se, pelas roupas, que era pobre, ostentava duas muletas de alumínio, e caminhava com dificuldade pelas ruas, com os dois pés enfaixados, provavelmente acometida por uma acidente domestico, triste, olhar acabrunhado, usava um chapéu colorido que talvez ela mesma tivesse feito, em uma das mãos segurava uma sacola plástica branca, com alguns pertences e uma pequena garrafa com água, com a outra tentava equilibrar-se com as muletas, ainda meio sem jeito.
A primeira, acometida de uma compaixão duvidosa, olhou para a segunda e soltou: - Uma pena, envelhecer assim, e sem dinheiro, com dinheiro já é difícil, imagina sem...
Não lembro de quem mais tive pena, se da idosa a quem eu acompanhava no ônibus, ou daquela a quem nós encontramos pela rua. Aquela afirmação entrou em mim como uma flecha. As duas senhoras usavam muletas, a diferença é que uma ficaria livre quando seus pés sarassem.

segunda-feira, 25 de setembro de 2017

O infinito cabe aqui



O Infinito cabe aqui,
neste instante,
neste exato momento,
entre a dor e o perdão,
entre a companhia e a solidão,
entre o ventre e a multidão,
entre o empregado e o patrão,
entre a vida e a vastidão.


O Infinito cabe no presente, no passado e no futuro do pretérito.
O Infinito cabe na caixa do tempo e no retorno do frio e dos ventos.
O Infinito cabe aqui, neste exato instante, nesta junção de mente, coração, versos e canção.


O Infinito cabe.

Vocação e Valor: A Realidade dos Professores

Segundo uma postagem no Instagram do Jornal O Globo, publicado hoje,  oito em cada dez professores  já consideraram a possibilidade de mudar...